“Para o mau humor, faça amor consigo mesmo”, recomenda a prefeitura de Medelín em peças digitais ilustradas com a imagem de uma mulher se masturbando. A inusitada campanha sobre os benefícios dessa prática sexual na saúde física e mental causou polêmica na Colômbia.
“O orgasmo libera endorfinas, serotonina e ocitocina: hormônios da felicidade que podem fazer um dia ruim inesquecível. Dedique-se a esse momento íntimo!”, aconselham mensagens da Secretaria de Juventude local, que circulam nas redes sociais.
Centenas de pessoas reagiram no Twitter a favor e contra, em um país de raízes conservadoras e majoritariamente católico.
“Essas não deveriam ser políticas da principal autoridade de uma cidade. É vergonhoso”, escreveu um usuário. “Falando em saúde pública e saúde sexual sem hesitações ou tabus. Muito bom para a campanha”, postou outra pessoa. Um terceiro questionou: “vocês não acham que há questões muito mais importantes para resolver na cidade?”
O secretário da Juventude de Medelín, Santiago Bedoya, explicou que o objetivo das peças é “reconhecer” a masturbação como “uma prática humana natural, evolutiva, histórica” e “normal”, “porque muitos jovens sofrem penalização e moralização” a respeito do assunto.
Além disso, a masturbação tem “benefícios positivos do ponto de vista biológico, psicológico e social”, acrescentou Bedoya em entrevista à Blu Radio.
Segundo o responsável, optou-se por iniciar a campanha com a imagem de uma mulher se masturbando “porque essa questão tem sido mais proibida e mais estigmatizada” com elas.
Para a analista de saúde sexual e reprodutiva da Universidad del Rosario, María Camila Torres, a campanha é “pertinente e necessária” para “educar em uma cultura tão conservadora, católica e machista”.
E enquanto ela aplaude a disseminação dos benefícios da masturbação, ela chamou de “infeliz” associar “o mau humor das mulheres à falta de relações sexuais ou autoestimulação”.
A prefeitura anunciou que os homens também farão parte da estratégia de comunicação, embora estejam avaliando a mensagem adequada quando houver casos de assédio de mulheres por meio de masturbação masculina em espaços públicos.
Fonte: O Globo - Veja a matéria completa
Comments