Governistas avançaram contra as opositoras para arrancar os cartazes que defendiam presos políticos, o que provocou o início da troca de agressões, de acordo com as imagens divulgadas nas redes sociais
Com chutes, socos e puxões de cabelo, parlamentares governistas e da oposição na Bolívia se enfrentaram em uma sessão pública do Parlamento, durante a apresentação do relatório de um ministro do presidente Luis Arce.
A confusão aconteceu na última terça-feira (23). O ministro de Governo (Interior, Casa Civil no Brasil), Eduardo del Castillo, foi convocado ao Parlamento para apresentar um relatório sobre a detenção, em dezembro do ano passado, do governador da região de Santa Cruz (leste), Luis Fernando Camacho, principal nome da oposição do país.
Enquanto defendia a legalidade da detenção, Del Castillo criticou os parlamentares do Creemos, partido de Camacho, e o chamou de "grupos radicais, ladrões, violentos que vieram roubar a carteira do povo boliviano".
Durante o discurso do ministro, um grupo de parlamentares da oposição exibiu cartazes com frases como "com presos políticos não há democracia" e outra com uma foto de Del Castillo e a legenda "ministro do terror".
Em resposta, algumas parlamentares governistas avançaram contra as opositoras para arrancar os cartazes, o que provocou o início da troca de agressões, de acordo com as imagens divulgadas nas redes sociais.
Várias deputadas iniciaram uma luta de vários minutos, com tapas, socos e puxões de cabelo. Nenhuma parlamentar ficou gravemente ferida.
A apresentação do relatório foi suspensa por alguns minutos e María René Álvarez, deputada do Creemos, culpou o ministro Del Castillo por ter estimulado um clima de briga.
O vice-presidente do país e presidente do Congresso, David Choquehuanca, anunciou que convocará as bancadas para exigir que incidentes do tipo não voltem a acontecer.
A confusão é mais episódio da polarização no país: a oposição afirma que a Bolívia tem 180 presos políticos, acusados pelo governo esquerdista de apoiar um suposto golpe de Estado contra o ex-presidente Evo Morales em 2019 e de dar suporte a sua sucessora, a direitisa Jeanine Áñez, que também está presa.
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