Narendra Modi teve reunião bilateral com Lula no Japão durante encontro do G7

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a Cúpúla do G7 no Japão (Imagem: Ricardo Stuckert/Divulgação)
Depois de se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Hiroshima, no Japão, durante a cúpula do G7, o primeiro-ministro indiano Narendra Modi afirmou neste domingo, 21, que Brasil e Índia “não são neutros” em relação à guerra na Ucrânia. Segundo Modi, ambos os países têm interesse na manutenção da paz mundial, posição compartilhada pelo brasileiro, que tenta articular uma coalizão de pacífica para o conflito.
Assim como o governo brasileiro, as autoridades indianas evitam condenar diretamente a Rússia pelo confronto e priorizam uma posição diplomática mais pragmática em relação ao país presidido por Vladimir Putin. Além de ser uma grande importadora de petróleo e armamentos russos, a Índia é integrante do bloco econômico dos Brics, do qual fazem parte Brasil, Rússia, China e África do Sul.
Brasília e Nova Délhi também mantêm relações no âmbito do G20, grupo das 20 maiores economias globais; do G4, que pleiteia uma reforma no Conselho de Segurança da ONU junto com Alemanha e Japão; e do IBAS, fórum de diálogo que inclui ainda a África do Sul.
A posição de neutralidade adotada por Índia e Brasil é criticada pela Ucrânia, que pede a adesão das potências emergentes às sanções econômicas impostas por Estados Unidos e União Europeia contra a Rússia.
Por sua vez, os governos russo e brasileiro têm dado alguns sinais de fortalecimento das relações. No último mês de abril, durante encontro com Lula no Palácio da Alvorada, o chanceler russo Sergei Lavrov afirmou que Brasil e Rússia têm “abordagens semelhantes” em relação ao contexto político internacional e discutiram, entre outras pautas, uma possível parceria no setor de energia nuclear.
Durante o G7, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que chegou de surpresa ao encontro, tentou um encontro com Lula para discutir a guerra em seu país, mas isso não ocorreu — segundo os dois governos, por um problema de agenda. Mesmo assim, o líder ucraniano ironizou o fato de a reunião bilateral não ter ocorrido. “Ele (Lula) é quem deve ter se decepcionado”, ironizou o líder ucraniano, sorrindo.
Frente a frente
Pouco depois desse encontro, Lula criticou a “violação da integridade territorial da Ucrânia” em discurso feito diante deZelensky, durante reunião de trabalho do G7. “Em linha com a Carta das Nações Unidas, repudiamos veementemente o uso da força como meio de resolver disputas. Condenamos a violação da integridade territorial da Ucrânia”, disse.
Na mesa em que estavam os sete países integrantes do G7 e convidados, o brasileiro sentou-se entre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau. À sua frente estava Zelensky, ladeado pelo premiê indiano Narenda Modi e o presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol.
Lula também advertiu para a necessidade de parar o conflito. “Ao mesmo tempo, a cada dia em que os combates prosseguem, aumentam o sofrimento humano, a perda de vidas e a destruição de lares. Tenho repetido quase à exaustão que é preciso falar da paz. Nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo. Precisamos trabalhar para criar o espaço para negociações”, afirmou.
Além de criticar a violação territorial da Ucrânia, Lula citou outros conflitos pelo mundo. “Também não podemos perder de vista que os desafios à paz e à segurança que atualmente afligem o mundo vão muito além da Europa. Israelenses e palestinos, armênios e azéris, cossovares e sérvios precisam de paz. Iemenitas, sírios, líbios e sudaneses, todos merecem viver em paz.
Iemenitas, sírios, líbios e sudaneses, todos merecem viver em paz. Esses conflitos deveriam receber o mesmo grau de mobilização internacional. No Haiti, precisamos agir com rapidez para aliviar o sofrimento de uma população dilacerada pela tragédia”, afirmou.
Informações de Veja.
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