O levantamento constatou que 32,2% dos eleitores votariam em um candidato apoiado pelo ex-presidente socialista Rafael Correa, que ainda não foi nomeado
O presidente do Equador, Guillermo Lasso, em entrevista na embaixada do país em Washington em dezembro Imagem: Cristiano Mariz
O presidente do Equador, Guillermo Lasso, anunciou na última sexta-feira (2) que não participará das eleições antecipadas do país, marcadas para agosto deste ano, após uma pesquisa mostrá-lo atrás de seus principais concorrentes.
As novas eleições, que valerão apenas para o restante do mandato original de Lasso, que termina em maio de 2025, foram convocadas depois que ele dissolveu a Assembleia Nacional no mês passado.
Lasso, um ex-banqueiro de 67 anos, é popular entre investidores, mas não entre a população geral, onde tem 80% de rejeição. Uma pesquisa publicada o colocou em último lugar entre os principais candidatos à Presidência. O levantamento constatou que 32,2% dos eleitores votariam em um candidato apoiado pelo ex-presidente socialista Rafael Correa, que ainda não foi nomeado.
O aumento dos crimes violentos causados pelas disputas entre os cartéis de cocaína também impactou sua popularidade.
Em 2021, os títulos do Equador subiram depois que Lasso foi eleito naquele ano e conseguiu reduzir o déficit fiscal no país — conhecido até então pela histórica inadimplência. No entanto, o otimismo foi evaporando com o fortalecimento da oposição política e após uma derrota humilhante em um referendo sobre segurança pública convocado por ele mesmo em fevereiro. Os eleitores ainda elegeram representantes da oposição para prefeituras e regiões mais populosas do país.
No poder desde 2021, o presidente equatoriano é acusado de ter cometido peculato durante a gestão da estatal de navegação Flota Petrolera Ecuatoriana (Flopec). Segundo as denúncias, Lasso manteve em vigor um contrato assinado antes de sua posse para o transporte de petróleo bruto com o grupo internacional Amazonas Tanker, que deixou prejuízos de mais de US$ 6 milhões (R$ 29,6 milhões). Seu julgamento político é apoiado por diversos partidos do país.
O Congresso, controlado pela oposição, tentou duas vezes o impeachment. A segunda tentativa parecia estar prestes a ser bem-sucedida, mas foi evitada com a dissolução da Casa. O mecanismo, conhecido como "morte cruzada", está previsto na Constituição, porém nunca havia sido usado no país.
Lasso governará por decreto por seis meses até que novas autoridades tomem posse no final deste ano.
Informações de O Globo.
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