O IDS é calculado a partir da renda per capita e do Índice de Perda de Qualidade de Vida, formado a partir de um conjunto de 50 indicadores, em áreas como moradia, serviços de utilidade pública, alimentação e saúde e educação
Rio de Janeiro Praia de Ipanema — Imagem: Alexandre Macieira | Riotur
Dois novos índices desenvolvidos pelo IBGE mostram avanço da qualidade de vida da população brasileira entre o período de 2008/2009 e de 2017/2018. Os dados são produzidos a partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), que rastreia os gastos da população brasileira, cujas últimas edições se referem a esses dois períodos.
A previsão é que uma nova edição da POF vá a campo em 2024/2025 e possa trazer informações mais recentes sobre o tema. Sua realização, no entanto, vai depender dos recursos disponíveis e das demais atividades do IBGE, já que é realizada de cinco em cinco anos e não é parte do calendário anual do instituto, da mesma forma que o Censo Demográfico.
Na comparação entre os dois períodos, o chamado Índice de Desempenho Socioeconômico (IDS) do Brasil cresceu 12,8%, passando de 5,452 para 6,147. Se forem considerados os serviços não-monetários — em que houve desembolso de recursos, mas não pela própria pessoa —, o índice avança para 6,212. Quanto maior é o número, maior é o desenvolvimento econômico do local.
O IDS é calculado a partir da renda per capita e do Índice de Perda de Qualidade de Vida (IPQV), formado a partir de um conjunto de 50 indicadores, em áreas como moradia, serviços de utilidade pública, alimentação e saúde e educação. É classificado como um indicador multidimensional, que engloba diferentes aspectos da realidade.
O IPQV é outra referência para a qualidade de vida do país e aponta as perdas para a condição de vida. Neste caso, a taxa varia entre 0 e 1. Quanto mais perto de 1, maior é a perda da qualidade de vida.
Também este índice indicou melhora na comparação entre dois períodos analisados, já que caiu de 0,227 para 0,157 no período de quase dez anos. A retração foi de quase 30%.
A melhora da qualidade de vida medida pelos dois indicadores (IDS e IPQV) na comparação entre o período de 2008/2009 e o de 2017/2018 foi espalhada em todas as unidades da federação. Em ambos os casos, o Estado de São Paulo é o que lidera o ranking de qualidade de vida.
O Índice de Desempenho Socioeconômico (IDS) do Brasil variava, em 2017/2018, entre 6,878 de São Paulo e 4,909 do Maranhão. A distância indica que o índice de desenvolvimento econômico de São Paulo é 40% maior que o do Maranhão.
Na lista das 27 unidades da federação, apenas nove delas tinham índice maior que o da média brasileira (6,147). Além de São Paulo, apareciam na lista Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Paraná, Minas Gerais, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul.
O Índice de Perda de Qualidade de Vida (IPQV) também registrou melhora na média brasileira (que passou de 0,227 para 0,157) em todas as unidades da federação. No caso do IPQV, quanto menor o índice, menor é a perda de qualidade de vida. Em consequência, o número é mais positivo. Ou seja, a redução do número indica melhora de condições para a população.
O índice varia no país entre 0,099 em Santa Catarina – Estado com menor perda de qualidade de vida – a 0,259 no Maranhão – Estado que apresenta a pior situação. Também são oito das 27 unidades da federação com situação melhor que a média brasileira.
Além de Santa Catarina, a lista tem Rio Grande do Sul (0,126), São Paulo (0,112), Paraná (0,112), Minas Gerais (0,137), Espírito Santo (0,138), Rio de Janeiro (0,148) e Mato Grosso do Sul (0,152).
Em São Paulo, o índice caiu de 0,166 no período 2008/2009 para 0,112 em 2017/2018. No Rio de Janeiro, por sua vez, passou de 0,190 para 0,148, considerando a mesma base de comparação.
Informações do Valor Investe.
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