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Central, no Peru, é eleito melhor restaurante do mundo; A Casa do Porco fica na 12ª posição

A lista dos 50 melhores restaurantes do mundo de 2023 foi revelada pelo The World’s 50 Best Restaurants em Valência, na Espanha. A Casa do Porco foi a única casa brasileira na seleção


Restaurante Central, em Lima, no Peru, é o melhor do mundo

Imagem: Cesar del Rio



A lista dos 50 melhores restaurantes do mundo de 2023 foi revelada na última terça-feira (20) em cerimônia presencial organizada pelo The World’s 50 Best Restaurants em Valência, na Espanha. Entre os nomes, A Casa do Porco foi a única casa brasileira a entrar na seleção.


Comandada pela dupla Jefferson Rueda e Janaína Torres Rueda, o restaurante no centro de São Paulo ficou com a 12ª posição. No ano passado, a casa figurou no 7º lugar.


Os dois chefs colocaram a cozinha caipira no centro da maior cidade da América do Sul e serve ao mundo sabores vindos do interior do estado. Na esquina da Rua Araújo, na República, a movimentada cozinha transforma o porco em criações nada óbvias e criativas, como os clássicos sushi de papada com tucupi negro e nori, torresmo de pancetta com goiabada e a porcopoca, uma pururuca servida em saquinho de pipoca.


Porco San Zé d'A Casa do Porco, premiado restaurante que tem a proteína como protagonista

Imagem: Mauro Holanda



O porco San Zé é assado lentamente de 6 a 9 horas numa churrasqueira especial e é servido sempre com acompanhamentos tipicamente brasileiros. A casa também oferece uma experiência gastronômica de nove etapas que honra comidas mais emblemáticas da América Latina.


O menu “Nosso Sangue é Latino” tem porco caipira, frutos do mar, legumes e verduras orgânicas entre as etapas e traz harmonização com coquetéis típicos e autorais.


Peruano na liderança

O Central, em Lima, no Peru, foi eleito o melhor restaurante do mundo neste ano. A casa é comandada pelos chefs Virgilio Martínez e Pía León. Esta é a primeira vez que a casa peruana lidera a lista. O restaurante encabeçou ainda cinco vezes a lista de melhores da América Latina.


Com um trabalho de mais de uma década, que também vem de uma extensa pesquisa de ingredientes locais, o restaurante é creditado pela entidade como uma mola propulsora da gastronomia e da biodiversidade do Peru em nível global.


Restaurante Central, em Lima, no Peru, melhor restaurante do mundo pelo The World’s 50 Best Restaurants

Imagem: Daniela Filomeno/CNN



Segundo a organização do 50 Best, o Central é como um “santuário dos insumos peruanos”.


Em seguida vem o Disfrutar, de Barcelona, dos chefs Oriol Castro, Eduard Xatruch and Mateu Casañas. Quem fecha o pódio é o DiverXO, do chef David Muñoz. A badalada casa na capital espanhola aposta numa cozinha criativa e de vanguarda.


Confira os 10 primeiros colocados no ranking atual do The World’s 50 Best Restaurants:

  1. Central, Lima (Peru)

  2. Disfrutar, Barcelona (Espanha)

  3. DiverXO, Madrid (Espanha)

  4. Asador Etxebarri, Atxondo (Espanha)

  5. Alchemist, Copenhague (Dinamarca)

  6. Maido, Lima (Peru)

  7. Lido 84, Gardone Riviera (Itália)

  8. Atomix, Nova York (Estados Unidos)

  9. Quintonil, Cidade do México (México)

  10. Table by Bruno Verjus, Paris (França)


Além do Central, do Maido e de A Casa do Porco, outros destaques da América do Sul foram: Don Julio, em Buenos Aires (19ª posição); Kjolle, em Lima (28ª); Boragó, em Santiago (29ª); El Chato, em Bogotá (33ª); Leo, em Bogotá (43ª) e Mayta, em Lima (47ª).


A lista dos 50 melhores restaurantes do mundo é compilada a partir dos votos de um grupo de 1.080 especialistas gastronômicos anônimos espalhados pelo mundo, que abrange chefs, restaurateurs, críticos gastronômicos e experts da indústria.


Segundo a organização, cada membro do painel é solicitado a enviar até 10 votos com base em experiências pessoais em restaurantes favoritos dos últimos 18 meses, com a votação e os resultados julgados independentemente por uma consultoria.


Prêmios individuais

Além do ranking, prêmios individuais foram entregues durante a cerimônia. Na ocasião, a chef Elena Reygadas subiu ao palco para receber a distinção de Melhor Chef Mulher em 2023.


Reygadas está à frente do Rosetta, restaurante num casarão no histórico bairro de Roma, na Cidade do México. A casa abriu as portas em 2010 e desde então tem sido eleita como um dos melhores pontos gastronômicos do México, em que já apareceu oito vezes na lista dos 50 melhores restaurantes da América Latina e fez sua estreia no ano passado na 60ª posição entre os melhores do mundo – a casa avançou 11 posições e aparece neste ano na 49ª posição.


Já o prêmio de Ícone do ano foi entregue pelo italiano Massimo Bottura para o espanhol Andoni Luis Aduriz, chef à frente do Mugaritz, inaugurado em 1998 e um dos restaurantes mais conhecidos do mundo. A casa aparece na lista dos 50 melhores restaurantes do mundo todos os anos desde 2005 e neste ano figura na 31ª posição.


Segundo a premiação, “Aduriz recebe o prestigioso prêmio por seus esforços incansáveis ​​na defesa de uma indústria gastronômica social e ambientalmente comprometida.”


Neste ano, o prêmio de Sustentabilidade foi entregue por Mauro Colagreco para os chefs do Fyn, casa em Cape Town, na África do Sul, que consta atualmente na 75ª posição na lista estendida do 50 Best.


Elena Reygadas foi eleita a Melhor Chef Feminina em 2023; chef tem trabalho voltado à biodiversidade do país

Imagem: Ana Lorenzana



A melhor chef pâtissier em 2023 é Pía Salazar, nome por trás do Nuema, em Quito, no Equador – ela já tinha sido eleita a melhor chef pâtissier da América Latina no ano passado. Salazar comanda o restaurante equatoriano ao lado do marido Alejandro Chamorro e, neste ano, o Nuema aparece em 79º lugar na lista estendida dos melhores do mundo.


Miguel Ángel Millán, do restaurante madrilenho DiverXO, foi eleito o melhor sommelier em 2023. Julien Royer, chef-proprietário do Odette, de Singapura, foi homenageado pelos colegas de profissão com o único prêmio votado por seus pares. Em 14º lugar, o Odette foi eleito o Melhor da Ásia neste ano.


O prêmio One to Watch, que elege restaurantes em ascensão, foi para o Tatiana, situado dentro do Lincoln Center, em Nova York. Tocado pelo chef Kwame Onwuachi, o local oferece um cardápio arrojado e eclético com uma playlist de hip-hop. Da cozinha saem comidas inspiradas pela sua criação no Bronx, pelas raízes nigerianas de seu pai e também sabores afro-caribenhos.


O Alchemist, em Copenhague, foi agraciado com o prêmio de hospitalidade, que celebra casas que zelam pelos seus comensais e os levam em uma jornada gastronômica especial.


Para arrematar, o prêmio Champions of Change (“Campeões da Mudança”), que reconhece “heróis anônimos” do setor de hospitalidade, foi para Nora Fitzgerald Belahcen, fundadora de uma organização no Marrocos que ajuda pessoas desfavorecidas pelo preconceito com os meios para sustentar a si mesmas e suas famílias, e a dupla Damián Diaz and Othón Nolasco, criadores de um projeto de segurança alimentar que ajuda famílias de imigrantes que trabalham no setor em Los Angeles.


Lista estendida

No começo do mês, a organização revelou a lista estendida dos melhores restaurantes do mundo, a qual compreende casas entre as posições 51 e 100.


Os cariocas Lasai e Oteque foram os únicos brasileiros da seleção, os quais aparecem nas posições 58 e 76 respectivamente.


Chef Rafael Costa e Silva em ação no novo Lasai

Imagem: Fabio Wright



Além das casas brasileiras, os representantes da América do Sul foram: Mérito (nº 59), de Lima, no Peru; Nuema (79), em Quito, no Equador; e Maito (100), na Cidade do Panamá, no Panamá.


Informações da CNN.

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